A sedução do suicídio.

02:16:00

O suicídio sempre rodeou meus pensamentos. Até mesmos os mais infantis. De alguma forma e em alguns episódios eu me sentia um estorvo tão grande aos meus familiares e cogitava a ideia de que a minha não-existência tornaria tudo bem mais fácil para eles.

De uma maneira rápida, fácil e possivelmente indolor... Tudo sumiria. Eu retornaria à presença de Deus e tudo ficaria bem, meus conhecidos superariam com o tempo e eu me tornaria uma vaga lembrança. Tanto aos 9 quanto aos 18 eu julgava que até então tinha tido uma boa vida; aos 9 tinha poucos conhecidos e poucas pessoas realmente saberiam e nos dias atuais lidariam bem melhor com esse fato; hoje já com 18 e quase uma mulher e uma adulta possuo uma relativa lista de contatos que ficariam chateados com a minha partida.

 Os pensamentos suicidas tem sabor doce, satisfazem corações aflitos e mesmo que contraditoriamente, trazem uma possível esperança... Esperança essa que sabemos que não existe palpavelmente e que não passa de sombras de um possível conforto, porém quando já estamos cercados e sombreados pela depressão nossa visão fica tão deturpada que podemos delirar com possíveis promessas e soluções superficiais.

 Nos meses que se passaram eu nunca estive tão perto do suicídio, na minha cabeceira há medicações e medicações para que eu realize esse desejo tão profundo e desesperado da minha alma.

 Da parte de Deus eu recebo poucas respostas, pouco conforto e possuo um coração tão machucado e ao mesmo tempo duro que me custa ajoelhar-me e clamar por misericórdia. Uma grande parte de mim clama pela última parte.

Mas eu prossigo um dia de cada vez porque sei que mesmo quando não sinto a presença dEle, Ele está aqui.
 Como sempre esteve.
 E como sempre vai estar. 

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