E quando a ajuda não é bem-vinda

19:26:00


Em um anseio de querermos sempre ajudar a aqueles que foram vítimas de abuso sexual, podemos nos deparar com casos em que as pessoas simplesmente não querem ajuda, principalmente a sua.

 De fato não é fácil. Realmente nos desdobramos e fazemos das tripas-coração para buscar métodos, distrações, orientações... Tudo; para que possamos auxiliar aqueles que estão ao nosso redor. No entanto, às vezes isso pode ser rejeitado pela vítima e essa rejeição é normal também.

 Como já dito, não existe uma fórmula ou uma forma de comportamentos pós abuso sexual para ser seguida e aplicada e assim é com a ajuda que oferecemos; algumas vítimas a buscam com todos o seu coração e com a mesma intensidade outras rejeitam. No entanto, isso de maneira nenhuma é pessoal.

 E isso deve ser respeitado.

 Os efeitos psicológicos pós abuso são imprevisíveis, de fato. Principalmente se a vítima já apresentou algum caso anterior ou qualquer outro motivo que a faça rejeitar ajuda. Não se tratando porém de um período de contemplação da dor mas sim de uma espécie de período sabático o que para algumas pessoas pode ser o necessário para uma boa recuperação; apesar de sermos cristãos somos pessoas completamente diferentes e percebemos todas as coisas de modos diferentes e assim é a nossa recuperação, de modos diferentes. Quero dizer, eu poderia muito bem descrever passo a passo de minha recuperação para ser um guia a ser seguido, no entanto, cada pessoa é única e o que serviu para mim pode não servir para você e para todas as outras vítimas de abuso sexual.


 Esse período pode ocorrer mas a sua existência no processo de recuperação não é regra. Não obstante, a ajuda sempre deve estar ali, disponível. Para quando a vítima quiser -se quiser- poder pedir e desfrutar de pessoas as quais a querem bem e acima de tudo a respeitem.

 Portanto, se algum dia alguma vítima de abuso sexual que você estende sua mão rejeitar a sua ajuda sem nenhum motivo aparente, apenas respeite e continue com sua mão estendida. Às vezes precisamos de um tempo e às vezes precisamos caminhar sozinho, no entanto não solitário. Mantenha sua mão estendida e tenha compreensão suficiente para quando as vítimas simplesmente decidirem não segura-la.

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